O texto abaixo é antigo, devo ter lido há mais de 10 anos, mas volta e meia me lembro dele, reforça a importância do trabalho que fazemos aqui na Ainda Bem.
Ao longo de mais de 15 anos foram dezenas de indenizações pagas:
- Famílias que puderam manter o padrão com o seguro de vida deixado pelo gerador da renda;
- Pessoas que puderam parar de trabalhar para tratar uma doença grave com o Seguro de Incapacidade Temporária e Doenças Graves;
- Médicos e outros profissionais que tiveram amparo financeiro quando foram processados, por um paciente ou cliente, por alegados erros ou imperícia no exercício de suas profissões;
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Um dia sem seguro
Em uma reunião em Buenos Aires, com seguradores de vários países das Américas, conversando sobre o papel do seguro na sociedade, chegamos à conclusão – quase unânime – que ele é um ilustre desconhecido e pouco reconhecido pela opinião pública em geral. Sem entrar na discussão das causas ou dos esforços que devem ser feitos para mudar esta situação, o certo é que o setor de seguros, previdência complementar e capitalização é responsável pelo dinamismo de diversos segmentos da economia que os números, por si só, nem sempre revelam.
O que significam os R$29,4 bilhões de indenizações e benefícios pagos no ano passado? Se analisarmos, por exemplo, o ramo de automóveis, vamos constatar que o valor de R$6,9 bilhões pago em cerca de 1,8 milhão de sinistros equivale à metade do faturamento de uma montadora como a Vollswagen, que produz cerca de 570 mil veículos por ano e tem 24 mil empregados. E as 170 mil indenizações anuais (média de R$22 mil) por óbitos representam cerca de 30% dos falecimentos ocorridos na faixa etária da população economicamente ativa (entre 20 e 74 anos).
Meu sentimento é que as pessoas, embora suas vidas estejam marcadas individual e coletivamente pela proteção dos seguros, não tem consciência da sua importância. E não têm porque é muito difícil imaginar como seria um dia sem seguro, ou seja, um dia em que os riscos e todas as atividades humanas deixariam de estar cobertos por seguros.
Se isso acontecesse, os aviões não levantariam voo, os navios não largariam dos portos e os transportes de pessoas em geral não funcionaria pela falta de proteção do seguro de vida e acidentes pessoais. Milhares de atendimentos médico-hospitalares não se realizariam sem seguro saúde. Milhares de veículos, provavelmente, não circulariam porque seus proprietários não correriam o risco de acidentes sem o seguro de automóveis. Consequentemente, milhares de oficinas e seus empregados não teriam trabalho e poucos carros novos seriam vendidos.
Quase ninguém se arrisca a retirar um veículo das concessionárias sem antes fazer o seguro. As grandes indústrias parariam de produzir porque os empresários, certamente, não admitiriam que seus investimentos e seus empregados ficassem expostos aos riscos sem a cobertura do seguro. O comércio sofreria um impacto sem precedentes, com os produtos presos em seus depósitos e impedidos de chegar a seus destinos, dentro dos países e no exterior, por falta da cobertura do seguro; e o desenvolvimento tecnológico ficaria estagnado porque nenhum avanço acontece, nenhum satélite é lançado ao espaço sem a proteção do seguro.
De um modo geral, todas as pessoas e atividades seriam afetadas em suas vidas e seus negócios se houvesse “um dia sem seguro”. Os prejuízos sócio-econômicos equivaleriam aos de uma imensa greve geral sem piquetes e passeatas, mas com sequelas que permaneceriam indefinidamente no inconsciente das pessoas.
Se acontecesse “um dia sem seguro”, e se esse dia fosse o 11 de setembro de 2001, por exemplo, as vítimas do atentado de Nova Iorque não receberiam as indenizações, calculadas entre US$70 bilhões e US$100 bilhões, por morte, danos materiais, lucros cessantes, etc…
O papel do seguro, em seu conceito mais abrangente, é esse: dar às pessoas tranquilidade para sonhar, ousar e realizar com a certeza de que os riscos de viver e trabalhar tem a proteção de uma instituição: a instituição seguro. Um fato narrado pelo escritor italiano Giovanni Pappini em uma de suas histórias sobre uma visita a Nova Iorque retrata bem essa questão.
Diz Pappini que, muito impressionado com a grandiosidade da cidade vista dos últimos andares do Empire State Building, comentou que lhe parecia impossível que os homens tivessem sido capazes de construir tudo aquilo. O empresário Henry Ford, também presente, ao ouvir o comentário, teria argumentado:
“O senhor se engana quando pensa que essa cidade foi feita pelos homens. Quem a fez foram os seguros. Sem seguro não teríamos os edifícios, porque nenhum homem se atreveria a trabalhar nessas alturas com o risco de cair e morrer, deixando sua família na miséria; sem seguro, nenhum empresário investiria milhões em uma construção como esta sabendo que uma simples fagulha poderia reduzir tudo a cinza; sem seguro, nada circularia pelas ruas porque ninguém correria o risco de, a qualquer momento, sofrer um acidente sem cobertura. E isso não acontece só nos Estados Unidos, mas em todo mundo, cuja tranquilidade repousa sobre a base dos seguros”.
João Elisio Ferraz de Campos – Presidente da Fenaseg
(artigo publicado na página de opinião do Jornal do Brasil no dia 19 de Maio de 2005)
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